sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Vamos falar do Michel Teló

A grande questão não é se falaremos bem ou mau do artista, mas faremos aqui uma análise juntos. Nosso país é enorme e nossa rica diferença cultural incomoda e incomoda mesmo.

Além disso, nós brasileiros, não fazemos parte de um povo com esclarecimento cultural, quando a grande maioria nem educação possuem. Não sou fã e nem mesmo admiro esse tipo de música até porquê em minha opinião essas novas expressões musicais que se chama de sertanejo universitário ainda está um pouco sem definição pois já vi forró sendo chamado de sertanejo e sertanejo sendo chamado de forró. Independente disso considero inadequadas as críticas agressivas que o “moço” vem recebendo.

É bom ver pessoas que questionam a qualidade dos “produtos” que estão nos oferecendo, mas é muito triste ver pessoas querendo impor suas opiniões sem base ou fundamento em suas argumentações para uma crítica dura e até cruel. Geralmente os mais agressivos são os menos esclarecidos.

Todos sabem que nós pessoas “descoladas e modernas” da Região Sudeste do país principalmente Paulistas e Cariocas, sim nós temos um pré-conceito com estilos musicais que agradem muito ao povo e que geralmente vem, de outras regiões.

Isso se deve ao fato de que muitas dessas produções culturais, ( sim, faz parte da nossa cultura) podem estar “xularmente” expressando o que a maioria das pessoas realmente pensa sobre amor, sexo e relacionamento. É claro, negar será sua primeira reação porque você é um cara melhor e mais Cult do que isso. Mas e ai o funk que por mais que se despreze, esse inegavelmente foi aceito por nós.

Não sou músico, muito menos um expert no assunto por isso ai vai minha observação. O que é o Funk ? O funk que ouvimos hoje é um estilo musical com uma batida extremamente dançante mas a maior parte das músicas são compostas por letras vazias e sempre com alguma conotação sexual explicita ou não. Daí foi que eu fiquei pensando: - E se Caetano Veloso, o Roberto Carlos ou o Gilberto Gil escrevessem músicas para serem “funkeadas”? E se o Funk viesse do Nordeste? E se o primeiro funk tivesse sido criado pelo Michel Teló. Calma gente, é só pra pensar mesmo.

O fato é que a música não sai da sua cabeça e incrivelmente por mais que se negue, sentimos uma vontade incrível de cantá-la.

Apesar de não apreciar a “erva”, eu adoro um reggae rootz, e a partir daí há anos que curto muito uma música chamada “Charuto de Rasta” da banda Onda R .
http://www.youtube.com/watch?v=_9i7OX_WJs8

Escute e perceba você mesmo que a música trás uma melodia envolvente e gostosa e apesar disso não fala de nada profundamente intelectual, não conta nada sobre a história do país e nem sobre algum amor platônico da forma mais romatizada possível, no entanto expressa quase que de forma cômica o relacionamento e uma conversa de um homem e seu “baseado”.

Conversando com dois músicos e após uma análise fria, minha conclusão se confirma e é simples: Não chega a ser trágico para a cultura nacional como andam exagerando por ai. A música “Ai se eu te pego” do Michel Telo é apenas uma melodia perfeita com uma letra boba.

Eu, comediante marketeiro te conto um segredo que não é mais segredo. O Michel Teló vende um “conceito” e este querendo ou não é um reflexo da cultura atual do nosso povo lindo. Sucesso é geralmente reflexo daquele público alvo específico e o público do Michel ou melhor, de seus empresários, produtores e gravadoras é o de massa. É ganhar dimdim. O nome disso é Business e isso faz parte do jogo.

A notícia boa é que se cultura é um reflexo de algo que um público está interessado em comprar então o considerável crescimento dos programas de humor e do jornalismo mais investigativo que cobra das autoridades um papel mais correto e trata celebridades como iguais, a real valorização que os comediantes vem obtendo no cenário televisivo sendo no stand up comedy ou não, mas por criticar a realidade de forma honesta e real pode significar que há um público interessado nisso. Que há cada dia mais pessoas mesmo que só um “poquinho assim”, se interessando em política e nos problemas e hábitos dos brasileiros.

Gente vamos aliviar para o Michel Teló e vamos cobrar mais de quem deve ser cobrado e vamos deixar o sucesso do coleguinha e correr atrás do nosso.




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4 comentários:

  1. Fala Paulo,
    concordo ate um certo ponto com você.
    Concordo que nós, de classe média, e do sudeste (e sul) temos tendencia a ter Pre-conceito para com a cultura Nortista ou Nordestina, e ate "centro-oestista". Isso é notório. É um choque cultural GRANDE e por isso de dificil aceitação para os que não vivem essa cultura. PORÉM, nos dias de hoje, a cultura fonográfica está tão "globalizada" e missigenada, que já não é mais correto afirmar que Forró é do Nordeste, que Reggae vem do Norte (nacionalmente falando ta?) e que Sertanejo vem do Centro Oeste. Hoje em dia esses estilos TODOS são feitos para um Brasil como todo. Um Brasil BURRO, um brasil onde são vendidos "enlatados". Um Brasil onde a cultura é deixada de lado pra dar espaco pra letras e danças totalmente sexuais e esdruxulas (nao sei nem escrever isso). Por causa desse "encurtamento" de distancias do mundo pos-moderno e cibernetico, vamos ter um Cara no Rio fazendo Sertanejo, vamos ter um cabloco em sao paulo fazendo Forró, e ai te pergunto: Nesses casos, onde estão os valores culturais individuais de cada um nessas musicas!?
    Eu sou músico e amante da boa música. GOSTO E MUITO DE SERTANEJO RAIZ! Tipo Sergio Reis, Almir Satter. Gosto do estilo, das letras, do clima. Esses caras colocavam a experiencia de vida, de regiao nas musicas deles. Concordo que um FUNK por exemplo, explicita a vivencia de cada um numa favela, por exemplo. Entao, por esse motivo acho que o problema do Brasil EH GRAVE. Se isso conota oq se passa numa comunidade, entao estamos perdidos! Entao isso conota e explicita ainda mais a falta de Investimento em cultura do nosso pais em comunidades menos favorecidas. oq quero dizer é: pra esse argumento (válido) de que essas musicas expressam a vivencia e valores culturais cada um, se tem uma simples explicação. Nos vivemos num pais NÃO DEMOCRATICO. Aquele papo q falei antes de "Cultura Globalizada", vai por agua abaixo, dando espaco apenas para a VENDA DA CULTURA Globalizada. Sei la se consegui me expressar direito ahuhuahua
    Resumindo: nós, o povo, compramos uma cultura que vendem pra gente. Nao necessariamente essa cultura é real e certa. Abracos!!! Bom texto!

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  2. Foda Hamilton, obrigado pelo comentário cara!

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